posted 09/12/2016
Este projeto
surge após uma visita do Dr. António Quaresma (Mentor e Fundador) ao mais
antigo museu do pão da Europa, mais concretamente na Alemanha. A ideia de
conceber um Museu do Pão em Portugal teve a sua génese em 1996, sendo
concluído em 26 de setembro de 2002. Este museu é possivelmente o maior
museu de pão do mundo, compreendendo um espaço de 3500m2. Em 2012
iniciou-se uma remodelação em comemoração da presença de 1 milhão de visitantes. | leia mais|
Biblioteca |
As respostas
são simples: é a terra natal do fundador e o fato de ser totalmente privado os
visitantes são tratados como amigos e não como clientes. Este Museu tem
como principal intuito homenagear em vida todas as profissões da terra e da
panificação.
Bar |
Mercearia |
O Museu do
Pão contempla 4 salas expositivas: O Ciclo do Pão, O Pão Político, Social e
Religioso, a Arte do Pão e o Espaço Temático.
Ciclo do Pão
O Ciclo do
Pão é de conjuntura Nacional e não Regional, ou seja, envolve o país de norte a
sul.
Nesta sala
expositiva podemos observar e reconstruir o ciclo tradicional do pão português,
através de catorze painéis ilustrados, assim como alguns utensílios e alfaias.
O fundamento desta sala é recriar a antiga padaria portuguesa.
Este paneis
surgem pela visão do ciclo do pão segundo o artista plástico nacional Velhô.
Painéis estes com imensa cor que relatam os momentos desde o cultivo e ceifa do
trigo até à confeção do pão. Nesta sala contam ainda 3 moinhos funcionantes.
Segundo
Velhô: "Do semear ao benzer, um dos trabalhos mais nobres do Homem e um
dos seus principais alimentos"
Muitas
frases, dizeres e provérbios são proferidas e escritas nas paredes do
museu, seguem algumas com o verdadeira e genuína sabedoria popular:
"mais
vale lavrar o nosso ao longe, que o alheio ao perto"
"quando
a Lua minguar, não deves semear"
"pão e
vinho, anda caminho"
Muitos
destes provérbios e dizeres eram replicados pelas fabricas produtoras de
todo o tipo de louças.
O Pão Político, Social e Religioso
Pão Político
Esta sala
representa mais de 300 anos de história ao acumular documentos escritos
originais desde a restauração da independência (1640) até à restauração da
democracia (1974).
- O Regime
Antigo(1640 a 1834)
- O
Liberalismo e a Regeneração (1834 e 1910)
- A Primeira
República (1910 a 1926)
- O Estado
Novo (1926 a 1974)
Pão Religioso
O Pão
simboliza para as diferentes ideologias religiosas como o cristianismo e o
judaísmo, algo de sagrada e místico. Muitas crenças não oficiais associam o pão
ao culto dos diferentes Santos.
Celebração do Pão de CRristo |
Na religião Judaica, o Pão Ázimo (Matsa) é sobretudo consumido nos oito dias depois da Páscoa Judaica. Este pão não é fermentado (pressa dos Judeus de fugir do Egipto para a Terra Prometida)
A tradição
do Pão Cristão tem a sua origem simbólica na última Ceia, quando Cristo oferece
o pão aos seus apóstolos em representação do seu corpo. Desde esse momento é
realizado sob a forma teológica a "Transubstanciação" do
Pão em Hóstia em todas as Eucaristias.
Pão Social
Numa
campanha da luta contra a fome aparecia o seguinte slogan: "se não
podes fazer o milagre da multiplicação dos pães, faz o da divisão".
Livro de Registo de Calotes |
Existem
vários documentos que exemplificam a necessidade de racionalização deste
produto.
Racionamento do Pão na 2ª Guerra Mundial |
Durante a 2ª Guerra Mundial, instalou-se uma crise socioeconómico envolvendo todos os países europeus, incluindo Portugal. As economias foram enfraquecendo repercutindo-se na produção e escoamento de produtos por falta de liquidez, aumento a divida das populações mais carenciadas.
Curiosidades:
Padroeira
dos Panificadores -
Rainha de Portugal Santa Isabel (1333, grande crise e fome terrível, empenhou
as jóias da coroa por trigo para abastecer o celeiro real, tinha
também o hábito de distribuir pães envoltos num avental e moedas aos
pobres, sem consentimento do Rei)
Dia do
Padeiro - 8 de Julho
Dia da
Espiga ou Quinta-feira da Espiga -
Também dia de Ascensão de Jesus ao Céu (Ressurreição - 40 dias
depois da Páscoa), simboliza a abundância em cada lar (nunca falte pão). É
um ritual pagão, muito anterior à era cristã, pelos qual se celebrava a
primavera, consagrando a natureza que após os meses frios, trazia a promessa e
esperança de novas colheitas.
A Arte do Pão
Nesta sala
estão expostos vários objetos artísticos baseados na inspiração do
pão, tais como as alfaias, tradições e labores como a azulejaria, vidro e a
arte sacra, diplomas, cautelas, calendários...
Essa mesma
arte também está espelhada nas fabulosas pinturas do artista plástico Velhô.
Velhô |
Espaço Temático
A quarta e última sala expositiva privilegia os mais novos, espaço temático
e didático do ciclo do pão, envolvido de cultura e mito. As crianças são
levadas a conhecer os gnomos Hérmios, protetores dos primeiros habitantes dos
montes Hermínios.
No final as crianças são convidadas a dar luz à sua imaginação e meterem literalmente a mão na massa para desenvolverem uma bolacha personalizada.
É importante salientar o enorme profissionalismo e simpatia de todo o staff que
nos acompanhou durante esta mágica viagem pelo mundo do pão.
No final a fome aperta e nada melhor que usufruir de um bom repasto no restaurante do museu. As iguarias eram mais que muitas e na impossibilidade de descrever todos os sabores, fica o registo em suporte fotográfico.
No final a fome aperta e nada melhor que usufruir de um bom repasto no restaurante do museu. As iguarias eram mais que muitas e na impossibilidade de descrever todos os sabores, fica o registo em suporte fotográfico.
Escolhemos o Menú que inclui um bufete de entradas (pezinhos de coentrada, peixinhos da horta, sardinhas de escabeche, favas com chouriço,...) um prato de carne (borrego com migas), um prato de peixe (arroz de polvo com ameijoas) e um bufete de sobremesas (papas de carolo, pudim de pão, leite creme, laminado de frutas,...). No vinho ficamos por um vinho maduro branco de Nelas.
Bonne Appetite
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