Posted by Jorge Monteiro, 16 de Janeiro de 2017
O
fascínio pela Rota do Românico, levou-me mais uma vez à descoberta das nossas
origens e de lugares carregados de história e segredos. Esta rota é sem dúvida
um excelente legado, revelando e evidenciando a enorme importância das ordens
religiosas em Portugal. Desta vez optei não por seguir fielmente uma rota, mas
sim, criar um roteiro próprio, misturando os diferentes percursos, i.e., fui à
descoberta de monumentos correspondentes às áreas do Vale do Sousa, do Vale do
Douro e do Vale do Tâmega. |Leia mais|
Seguindo a Linha do Tâmega, a primeira paragem foi na cidade do Marco
de Canaveses, mais precisamente a Igreja de Santo André de Vila boa de Quires,
obra datada do séc. XII. Igreja semelhante a muitas outras do seu tempo, mas
quase sempre as visitas só por marcação prévia.
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Igreja Românica de Santo André de Vila Boa de Quires |
O que
mais me impressionou em Vila Boa de Quires foi um projeto inacabado de um
grandioso solar à face da estrada. A Casa Inacabada de Vila Boa de Quires, ou
comummente apelidada pelas Obras do Fidalgo é uma fachada do estilo barroco de
um projeto megalómano do fidalgo António de Vasconcelos Carvalho e Meneses.
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Obras do Fidalgo |
Obra do séc. XVIII, importante exemplo do estilo barroco, ciclo rococó.
Apontam-se várias razões para a interrupção destas obras: desde a morte do
arquiteto espanhol, até à falta de verbas. Posso garantir que é muito agradável
fazer esta paragem e tirar umas belas fotos.
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Obras do Fidalgo |
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Obra do Fidalgo |
Ainda pelo percurso do Vale do Tâmega, a igreja que segue é a Igreja Românica de Santa Maria de Sobretâmega (séc. XIV).
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Ponte Sobre o Rio Tâmega |
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Igreja Românica de Santa Maria do Sobretâmega |
Nem tudo neste roteiro se resume às obras e monumentos alusivos ao património religioso. Tento conciliar sempre com o património arqueológico, o melhor da nossa gastronomia regional, as gentes e a cultura e claro, a natureza envolvente das nossas aldeias. A Aldeia de Tongobriga tornou-se uma paragem inevitável pela viagem ao passado que ela transmite.
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Ruínas Românicas de Tongobriga |
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Ruínas Românicas de Tongobriga |
Aldeia situada na freguesia de Freixo do Concelho do Marco de Canaveses, é um excelente cartão de visita para arqueólogos, sendo considerado monumento de interesse nacional. Podemos encontrar na Estação Arqueológica do Freixo, vestígios arqueológicos de uma antiga cidade romana, onde se vislumbram as termas, o fórum, as zonas habitacionais e a necrópole, datados do séc. I e II.
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Casas recuperadas de Tongobriga |
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Casas recuperadas de Tongobriga |
As casas da aldeia são em granito e foram totalmente recuperadas, mantendo a traça original e tradicional. Passeando pelas ruas da aldeia, pude observar a Casa do Freixo e a Igreja Matriz, excelente tónico para recarregar baterias para mais uma viagem à descoberta das nossas origens.
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Igreja Matriz de Tongobriga |
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Casa do Freixo Tongobriga |
A caminho da Serra de Montemuro, dei de caras com uma magnífica barragem, a barragem de Carrapatelo. Considerado o primeiro empreendimento hidroelétrico a ser construído no troço nacional do rio Douro. Barragem imponente do tipo Gravidade, com inicio de construção em 1965 e terminada em 1972, com uma maior queda de 36,0m.
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Barragem de Carrapatelo |
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Barragem de Carrapatelo |
O próximo destino vai de encontro com a segunda parte do meu blog…SABORES. Tinha como boa referência gastronómica um restaurante na Aldeia da Gralheira, o Restaurante Pizzaria Recanto dos Carvalhos.
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Restaurante Recanto dos Carvalhos (Aldeia da Gralheira) |
Antes de parar na Aldeia da Gralheira, dei um pulo às Muralhas das Portas de Montemuro, lugar fronteiriço entre os concelhos de Cinfães e Castro Daire. Com uma cronologia incerta, supõe-se que as Muralha das Portas sejam vestígios de um povoado fortificado da Idade do Ferro (1200 a.C.).
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Portas de Montemuro |
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Capela das Portas de Montemuro |
Estas muralhas estão dotadas de uma vista privilegiada sobre o Douro, o Bestança, o Paiva, a serra do Marão e da Estrela. Aldeia da Gralheira, também conhecida como a “princesa da serra”, estava vestida a rigor por ser a aldeia do Pai Natal.
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Aldeia da Gralheira |
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Aldeia do Pai Natal na Gralheira |
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Aldeia do Pai Natal na Gralheira |
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Ao percorrer a aldeia pude observar a presença de áreas temáticas alusivas ao natal, tais como: Casa do Pai Natal, Casa do Café, Casa das Bruxas, Oficina dos Brinquedos do Pai Natal, Casa das Fadas, Casa Capuchinho Vermelho, os Três Porquinhos, a Princesa e os Piratas, Casa do Pão, Casinha do Chocolate, O Pasteleiro Louco e a Casa das Bonecas. Também presente espetáculos de rua, musicais, um parque de diversões e uma rampa de snowtubing.
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Aldeia do Pai Natal na Gralheira |
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Aldeia do Pai Natal na Gralheira |
A aldeia
estava repleta de visitantes o que tornou tardio o merecido repasto…e que
repasto. Sem duvida que o Recanto dos Carvalhos mesmo com a enchente no dia de festa, não
deixou os seus créditos por mãos alheias e foi de encontro com as minhas expetativas gastronómicas. A Vitela assada e as Bochechas de Porco estavam soberbas, sabores
intensos, autênticos e com perfume de aldeia.
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Bochechas de Porco |
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Cabrito Assado |
Ambiente rústico e acolhedor como
bom restaurante de montanha que mais parece um pequeno oásis em plena Serra de Montemuro. acompanhado da simpatia do staff e dos proprietários.
Preço compatível com qualidade da gastronomia e simpatia dos anfitriã e do restante staff.
O dia
vai longo para inverno…hora de descansar um pouco no turismo rural: Cerrado dos
Outeirinhos, bem no centro da Vila de Cinfães. Espaço simpático e bem recuperado
pelo casal de anfitriões.
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Cerrado dos Outeirinhos |
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Cerrado dos Outeirinhos |
A fome não era muita, mas tinha de jantar e nada melhor que “atacar” uma bela e suculenta posta, num restaurante com uma ementa variada de pratos regionais, que pauta pela simplicidade e pelo cariz familiar…restaurante Kibom.
Bem...vamos lá descansar
de forma confortável para atacar o segundo dia da Rota do Românico.
Bem hajam e até breve